Rescaldo da Residência Expand 2018

Foram 12 dias bem passados no Convento da Saudação em Montemor-o-Novo. Achei que valia a pena escrever este artigo de rescaldo, resumindo um bocado as actividades e agradeçendo a quem de direito. Quem sabe talvez até entusiasmando algumas pessoas a passarem pelo Pavilhão do Conhecimento nos dias 25 e 26 de Janeiro de 2019 para conhecerem os projectos ao vivo.

Da minha parte foi excelente voltar a participar numa residência criativa em Montemor-o-Novo. Em nome da Audiência Zero e dos restantes participantes queria agradecer publicamente ao Rui Horta por ter possibilitado a residência perante as condições adversas em que o convento se encontra. Obrigado a toda a equipa do Espaço do Tempo envolvida, à Ana Carina Paulino por ter pegado no projecto no inicio, à Silvia Tecedeiro por ter pegado no projecto no final, ao Vasco e ao Carlos pelo apoio no terreno, à D. Maria e suas ajudantes de cozinha pelas refeições espetaculares a que tivemos direito e a quem mais que me estou certamente a esquecer de mencionar e que contribuiu para o reviver das residências promovidas pela Audiência Zero naquele espaço. Houve muita gente amiga a passar pelo convento para ver o que andàvamos a fazer e ajudar no que fosse preciso, e temos também de mencionar a valiosa assistência da malta das Oficinas do Convento, que ajudaram a desenrascar vários dos projectos em desenvolvimento.


Conseguimos cumprir a maioria dos workshops / apresentações que tinhamos planeados para as manhãs dos dias de residência, por ordem de ocorrência tivemos workshops / apresentações em Assisted Performer e estado da arte das redes neuronais aplicadas a arte digital generativa pelo Filipe Cruz, Onshape pelo Tiago Rorke, Poetry Slam pelo Mick Mengucci, utilização do espaço para performance pela Bruna Christofaro, workshop sobre formigas pelo Eduardo Sequeira, regras de usabilidade para instalações interactivas pelo Pedro Angelo, Touch Designer pelo David Negrão, origem do projecto Paisagens Celestes pelo Anderson Paiva e do Bonsai pelo Gonçalo Lopes. Algumas pessoas conseguiram esquivar-se de dar workshop mas no geral julgo que foi algo interessante, diverso e com forte mais valia para todos os participantes.

Está planeado um video documentário para ser apresentado no pavilhão do conhecimento onde se mostra um bocado melhor cada um dos projectos e onde os intervenientes falam sobre a residência e o seu processo. Há-de ser postado quando estiver pronto.

A título pessoal fui gravando uma série de entrevistas com os diferentes participantes, pedindo-lhes para explicar um bocado os seus projectos, que está disponivel numa playlist no meu canal no youtube, fica o link para quem quiser cuscar:



Todos os 11 projectos propostos conseguiram ser prototipados com sucesso, muito graças à entre-ajuda e boa vontade de todos. Ficam as memórias das dificuldades de compilar o OpenFrameworks, dos RaspberryPI's sem monitor, da estrutura gigantesca para projecção em àgua que arrebentou orçamentos, da recrutação rotativa de programadores, das sessões de brainstorm de refactoring interrompidas, das formigas a se organizarem, dos poemas declamados, das encenações improvisadas, do barulho de um comboio numa lâmpada, das dificuldades em comprar madeira em montemor, da rede 4G que não permite video chamadas, das Kinetics de versões diferentes das que se querem, das projecções de video improvisadas no convento às 2 da manha, do jam de música, da noite em que ninguém me conseguiu derrotar no Dynablaster's Revenge, das halucinações visuais, das balanças desreguladas, da guerra de aquecedores, dos amarelos dos focos de luz, alavancas rotativas, discussões sobre intrepretação sonora de visuais, pão alentejano, vinho de pacote e da animação nas Oficinas do Convento.

Obrigado a todos, vêmo-nos novamente em Janeiro no pavilhão do conhecimento.

-- Filipe Cruz

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